quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sou um pseudo-intelectualzéco da tanga.

Aos 15 anos era heavy-metal ou metaleiro como se dizia na altura, aos 17 grunger com camisa aos quadradinhos, calção de camuflado e Dr. Martens, cabelo seboso e apiolhado como mandava a regra. Aos 18 béto empedernido, com polozinho, jeans “lébis” e sapatinho Yucca numa tentativa desesperada de me levarem a sério e numa incessante busca em me afirmar como gente.
Hoje e após uns anitos, continuo muito bem sem saber onde me colocar, e numa sociedade de consumo onde o que vestimos é analisado ao pintelho (se o Catroga diz eu também posso, afinal estamos em democracia), a forma de ser e estar não foge á estandardização e massificação nem á produção em linha de montagem.
Chegou o dia de mudar, sentei-me no dabliucê (WC) e enquanto folheava uma revistinha bem mixuruca, procurava em que estilo me iria eu enquadrar, coisa difícil pá…
Pimba…já está…PSEUDOINTELECTUALOIDE…as miúdas acham uma graça, e é esta a forma mais corrente de passar por “gente” nas carruagens do Metro.
Podia muito bem criticar aqueles que se acham e armam em pseudointelectual, mas que coisa mais cafona, detesto os tipos que tem blogues para criticar tudo e todos sem nunca se olharem ao espelho, escrevem e escrevem e escrevem e vomitam palavras e criticas idiotas como se só eles fossem os seres humanos perfeitos e sem defeitos, eu tenho defeitos, faço figuras tristes mas vivo bem com isso…
Pois é, eu passei a ouvir música clássica quando tenho outros ao pé de mim, quando viram costas tenho um CD de Death Metal escondido debaixo do banco do carro; o jornal debaixo do braço passou a ser acessório da fatiota, fica sempre bem um gajo parecer culto e informado, quando um gajo a ultima coisa que leu foi no Liceu as revistas pornográficas “Gina”; blaserzinho em bombazine castanha com cotoveleiras em pele artificial, esta é daquelas que não podia mesmo faltar, né? Passei a usar a barba muito bem aparadinha, apesar de esta ter sido semeada em dia de vento e ser meio “rala”, não interessa, aqui o que conta é a intenção. Passei a dizer categoricamente que não vejo televisão a não ser a Sic Noticias, mas quando chego a casa empanturro-me em series do canal Fox e Discovery Channel, só não vejo o canal 18 e o Sexy Hot porque sai caro…
Sapato engraxado até á quinta-casa, aquilo até fere os olhos de tão brilhante que está, cabelinho bem aparadinho e carregado de gel, de tal forma que no fim do dia tenho de lavar a cabeça com diluente celuloso para sacar aquela mistela.
Passei a ser pseudopolido, pseudoeducado mas muito critico quanto aos outros, quando no fundo não passo de um arruaceiro, a criticar o “pato-bravo” de cachucho no dedo, a mulherzinha de avental e o velhote de boina, a pobre velhota que delira em ver 20 marmanjos e marmanjas a partir a loiça debaixo de uns edredons no Big Brother. Quando afinal sabem mais estes que eu critico num dedo que eu no corpo todo.
Foi nisto que me tornei…pobre de mim…


1 comentário:

  1. Texto fantástico! Adorei! :)
    E a referência ao nosso conterrâneo é qualquer coisa... :P

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