Graças a um anúncio publicitário, nunca antes tanto se falou numa tal linha.
E os “Pórtugas” estão na linha, na linha entre o estar tesos e o tesos ficar, e na linha ficam, literalmente falando.
Nunca antes em período de férias as praias da linha de Cascais se viram tão atafulhadas de rapaziada que com o farnel às costas, chanato no pé, toalha na mão e um bolso cheio de nada, troca o parque de campismo de Monte Gordo pela praia de Carcavelos.
É claro que para isto em tudo contribuiu esta austeridade esquizofrénica, lá diz o ditado “Não há dinheiro, não há palhaços.”.
Mas é a malta que mora na linha que além de pagar a fatura da austeridade, ainda tem que “gramar” com a austeridade imposta sobre estes “pobres” veraneantes, principalmente quem opta pela Avenida Marginal para poupar uns trocos em autoestrada para se deslocar para a capital.
É inacreditável as centenas de carros parqueados logo às 9 da manhã no parque de estacionamento em frente á praia, e mais louco é o transito criado pela rapaziada sequiosa de se “espojar” na areia.
E não, não estamos a falar de um fenómeno transitório de fim-de-semana, porque isso é bom nem lembrar sob pena de me baixar a tensão arterial. Este é um fenómeno que graças a uma diminuição do poder de compra das pessoas, obrigou-as a optar por soluções mais económicas, e com toda a justificação, diga-se.
Mas há aspetos bons e maus, há quem perde e quem ganha, e neste caso o comércio das praias da linha ganha, perdem os moradores destas zonas que vêm dificultados o acesso aos seus empregos na capital, e perde e muito o Algarve que com o decréscimo do poder de compra e de uma boa parte dos seus habituais visitantes, vê o seu Turismo legado para um plano quase de luxo, reservado a uma pequena elite endinheirada.